Documentário botucatuense “Boa Vizinhança” aborda o cenário do rock na cidade entre os anos 1990 e 2000

O cenário do rock botucatuense é o tema da mais nova produção audiovisual produzida em nossa cidade. O documentário “Boa Vizinhança”, dirigido pelo cineasta Daniel Kojak, entrevistou mais de vinte bandas dos anos 1990 e 2000 para entender a efervescência cultural da época.

Segundo sua sinopse, o filme apresentará que “nas décadas de 90 e 00, na cidade de Botucatu, um grupo de jovens entre 12 e 18 anos, cansados do marasmo cultural, de bandas covers com repertório repetitivo que se apresentavam nas baladas e impulsionados pelas novidades da cultura da época, iniciaram um movimento de bandas autorais de punk, hardcore e as mais diversas vertentes do metal. O movimento ocupou escolas, praças públicas e empreendimentos culturais da cidade com festivais, organizados pela própria juventude da época, que levavam centenas de jovens”.

A produção conta com grupos botucatuenses criados desde o final dos anos 1980, como a banda Podridão, até as mais atuais, fundadas depois de 2010, como as bandas D.I.E. e Sem Ofensas. Também figuram no documentário as bandas Carbono Road, Purulence, Agon e Death Faces, do início dos anos 90; Clawn, Hand Gun/Inferius e Poluição Sonora, da segunda metade dos anos 90; Pick it Up/Rudeness, TDH, Hidrocarbonetos, Southrone, Black Smith e Liberty Tribe, da passagem da segunda metade dos anos 90 para o início dos anos 2000; Believers/Goonies/Errônios, Question Tag, Tickets to a Better Place, Mythria, Escravos de Jó, Squirrel e Amarelo, do início dos anos 2000; Effect le Fills e Doser, do final dos anos 2000.

Além de Daniel Kojak na direção, o filme também conta com produção de Douglas Iglesias, Daniel Kojak e Pedro Barroca; a montagem é de Daniel Kojak; os cinegrafistas são Flávio Kenji, Bruno Christophalo, Pedro Barroca e Fernão Spadotto; o som direto fica a cargo de Fernando Luiz, Pedro Barroca, Bruno Christophalo e Douglas Iglesias; o design e as motion graphics são obra de Fernão Spadotto; a finalização de mixagem de som são produzidas por Tomaz Griva Viterbo; e, por fim, a produção executiva é de Paulo Vitor Previatto e Daniel Kojak.

A estreia do documentário será realizada às 21h do dia 4 de novembro (sábado), no Teatro Municipal de Botucatu. Após a exibição do filme, que conta com a duração de 70 minutos, haverá um show exclusivo com a banda Rudeness, treze anos após sua última apresentação. Os ingressos podem ser adquiridos por este link. Após isso, o filme será submetido a festivais de cinema nacionais e internacionais e, no final de 2023, lançado online.

Daniel conta que a ideia de criar um documentário com esse tema começou em 2015. “A ideia de abordar o período dessa cena cultural que aconteceu nos anos 90 e 00 me surgiu poucos dias depois de entregar meu TCC. Coloquei na cabeça que deveria fazer um filme sobre essa época. Nesse momento ainda pensava que acabaria sendo um filme de ficção. Porém ao longo dos anos a ideia foi se desenvolvendo para o lado documental”.

A originalidade deste cenário também foi um dos pontos que chamaram a atenção do cineasta para o assunto. “O fato de ser um movimento 100% organizado por jovens em idade escolar numa cidade do interior e ainda nos anos 90, quando tudo era muito difícil, sempre me chamou a atenção. Eram garotos de 14, 15 anos, escrevendo letras autorais, gravando álbuns, organizando festivais, organizando instituições beneficentes da cidade. Eu tinha certeza de que isso por si só já valeria o registro”, diz Kojak.

Também há uma natureza pessoal na escolha desta temática, segundo seu diretor. “Tem também toda uma nostalgia muito forte que esse movimento gerou. Quem viveu essa época junto, e fomos centenas, carrega até hoje um sentimento de grupo e muitas vezes de amizade. Uma das coisas mais legais do processo foi justamente acabar realizando grandes reencontros de amigos que não se viam há 20 anos”.

Daniel também considera que sua obra pode ser um resgate da história do rock botucatuense. “Acredito que seja vital registrarmos e celebrarmos nossa história e nossa cultura sempre. Botucatu sempre foi uma cidade muito rica no âmbito cultural e termos registros como esse é uma forma de oxigenar essa força. Hoje é mais acessível realizar uma obra cinematográfica no interior e temos que nos aproveitar disso, registrar nossas histórias e expressarmos nossa arte para o mundo”, conclui o cineasta.

Confira o trailer oficial do documentário “Boa Vizinhança” abaixo ou através deste link.

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