Neste domingo (14), é comemorado o Dia do Cardiologista, data importante para reforçar a necessidade dos exames de check-up capazes de encontrar doenças cardiovasculares da maneira mais precoce possível.
O cardiologista é responsável em cuidar do colesterol, diabetes, arritmia, doenças coronárias e valvares, entre outros. Dentre elas, as mais comuns são a aterosclerose coronariana, que é o acúmulo de gordura nas artérias do coração, e a hipertensão arterial, mais conhecida como pressão alta.
O Brasil registrou, em 2017, 388 mil mortes por doenças cardiovasculares. E esse número vem aumentando: enquanto em 1990 o Brasil registrava 178 mortes a cada 100 mil habitantes, em 2017 chegamos a 183 mortes a cada 100 mil habitantes.
Para entender melhor o cenário das doenças cardiovasculares em Botucatu, o Jornal Audácia conversou com o cardiologista Antonio Carlos Cicogna, professor-doutor emérito da Faculdade de Medicina da Unesp de Botucatu.
“Eu lembro bem que era rara a doença aterosclerose coronariana com infarto, angina ou hipertensão arterial sistêmica. Existia, mas não era a doença mais comum. Hoje, as doenças mais comuns são a aterosclerose coronariana e a hipertensão arterial. Então, houve uma mudança no perfil das doenças: no passado, doença reumática e doença de Chagas e, hoje, hipertensão arterial e aterosclerose”, lembra o docente.
Chama a atenção que, no passado, os problemas cardiovasculares eram causados por moléstias; hoje em dia, são causadas pela falta de cuidados com a saúde. Por isso, é importante que estejamos de olho nos fatores que podem contribuir para o surgimento de uma doença cardíaca.
“Para mim, as duas principais causas das doenças cardíacas hoje em dia são dieta inadequada e sedentarismo. Dieta inadequada que leva à obesidade, sedentarismo ou talvez um certo desleixo na própria saúde ao não procurar os centros de saúde para verificar se tem possibilidade de estar hipertenso ou diabético e tratar isso”.
Outros dos principais inimigos do coração são o álcool em excesso e o cigarro. O uso de bebidas alcoólicas aumenta os níveis de algumas gorduras no sangue, enquanto o tabagismo agride as paredes das artérias. É o que aponta o Dr. Cicogna, que conta com mais de cinquenta anos de profissão.
“A maioria dos pacientes que internava comigo eram obesos, sedentários e fumantes. O fumante é suicídio, o fumante que fuma dois, três maços seguidos está se suicidando. O álcool também é deletério com o coração, pois causa lesões no miocárdio”, aconselha.
E para evitar que as doenças cardiovasculares apareçam, existem algumas atitudes que podem ser tomadas. As três principais são: redução do stress, alimentação balanceada e exercício físico regular, como diz o doutor.
“Para prevenir uma doença cardíaca, tinha que ter três coisas: cuca fresca, barriga vazia e perna cansada. O que quer dizer isso? Diminuir o stress mental, ter uma saúde mental boa, fazer exercício regularmente e a vida toda, para combater o sedentarismo e a obesidade. Não importava o tipo de paciente que chegava, essas três coisas são fundamentais”, conclui.
Embora os números de doenças cardiovasculares no Brasil sejam alarmantes, é possível mudar esse quadro. A mudança ocorre pela conscientização da população e mudanças concretas na vida e nas atitudes de cada um de nós.
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