A pele é o órgão que possui maior contato com o meio ambiente e, por isso, ela é a mais afetada pelas mudanças climáticas. É o que indica o artigo “Impacto das mudanças ambientais na dermatologia” da UNESP de Botucatu, de autoria dos docentes Hélio Amante Miot, Adriana Lúcia Mendes e Vidal Haddad Junior e Carolina Chrusciak Talhari, professora da Universidade Estadual do Amazonas.
Um dos fatores ambientais que podem causar transtornos é o desmatamento, segundo o estudo. É o caso da leishmaniose tegumentar americana (LTA), também conhecida como “úlcera de Bauru”, relatada no Brasil pela primeira vez durante a construção da ferrovia Noroeste, no século XX, que provocou um desmatamento significativo no interior dos estados de São Paulo e Mato Grosso.
Outro fator para a aparição de doenças dermatológicas é a urbanização não planejada: com ela, houve um grande aumento de doenças alérgicas, além do surgimento de cidades com muitas aglomerações e más condições sanitárias. Isso não é um problema apenas para a dermatologia, visto que muitas doenças emergiram neste contexto, como a própria Covid-19.
Além disso, a poluição também é um fator que contribui para uma maior incidência de problemas na pele, desde o envelhecimento extrínseco até o desenvolvimento de dermatoses inflamatórias, como a eczema e a acne.
O artigo ainda aponta que o dermatologista “deve estar ciente de sua responsabilidade social para promover práticas sustentáveis em sua comunidade, além de identificar os desequilíbrios ambientais que favorecem cada dermatose, fundamental para a prevenção e tratamento dessas doenças”, conclui.
Confira o artigo (em inglês) por este link.
por Isabela Dalaqua
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Artigo muito bem escrito!!!