A rodada 28 do Brasileirão trouxe jogos difíceis, mas os dois botucatuenses em campo conseguiram bons resultados. Gabriel Baralhas venceu com propriedade o líder Atlético Mineiro, enquanto Clayson conseguiu um importante empate frente ao vice-líder Flamengo.
O Atlético Goianiense quebrou a invencibilidade de 18 rodadas do líder Atlético Mineiro, ao vencer o time alvinegro por 2 a 1. O botucatuense Gabriel Baralhas fez um bom jogo defensivo, acertando divididas que frearam as investidas do Galo.
O Atlético-MG era favorito contra o Dragão, mas não encontrou vida fácil em Goiânia. Reforçado de nomes como Hulk, Nacho, Arana e Junior Alonso, o Galo começou com mais controle do jogo, mas o Dragão defendeu de forma mais eficiente e teve melhores chances no erro do adversário, criando uma partida movimentada no estádio Antônio Accioly.
Logo no início, Baralhas protagonizou um lance polêmico: aos cinco minutos, a bola bateu no seu braço dentro da área após cruzamento de Nacho. O monitor do VAR foi acionado, mas o árbitro Raphael Claus entendeu que a bola bateu na perna do jogador antes de tocar no braço e seguiu o jogo, para revolta dos mineiros.
Bastante brigada, a partida teve o Atlético-MG como o principal articulador das jogadas, ocupando melhor o campo de ataque e dominando as ações da partida. No entanto, não estava conseguindo acertar o último passe para finalizar com precisão.
O Galo levou perigo apenas aos 12 minutos, quando Hulk chutou de esquerda e, na sequência, Junior Alonso recebeu lançamento de Nacho e cabeceou por cima do gol. O Alvinegro voltou ao ataque aos 30 minutos, quando Tchê Tchê recebeu passe de Hulk na entrada da área e chutou, mas a bola desviou na zaga do Dragão. Keno lançou Hulk, mas ele chegou atrasado.
Estava difícil furar a linha de marcação dos mandantes para criar chances claras de perigo. Hulk, Keno e Arana tentaram bastante furar o bloqueio, com trocas de passe rápidas e inversões de jogo. Já o Atlético-GO tentou achar um gol por algum contra-ataque ou sobra de bola.
Ainda assim, com 20 minutos de partida, o time mineiro tinha quatro finalizações, contra nenhuma do Dragão – porém, nenhuma delas exigiu do goleiro Fernando Miguel, que não fez nenhuma defesa para o Atlético Goianiense no primeiro tempo. O jogo era fraco, pois o time da casa só se defendia até então.
Na reta final da etapa inicial, o Dragão cresceu no jogo, seus contra-ataques começaram a funcionar e o goleiro Éverson teve de trabalhar. O time goiano respondeu no minuto seguinte em chute de André Luís. Na melhor chance do Rubro-Negro no primeiro tempo, Janderson girou e passou por dois marcadores dentro da área, mas o goleiro cresceu na frente do atacante e o chute foi rebatido. No rebote, Zé Roberto chutou no cantinho perto da meia-lua e o goleiro do Galo espalmou para escanteio, sem se deixar enganar pelo quique da bola.
Aos 36 minutos, um lance inusitado: o lateral Guga escorregou e deu um carrinho acidental no bandeira Evandro de Melo Lima. O auxiliar machucou o ombro esquerdo e precisou receber atendimento médico, mas se recuperou bem e seguiu no jogo. O time de Cuca não conseguia se organizar e o jogo foi para o intervalo empatado sem gols.

O segundo tempo começou truncado como o primeiro, com o time mineiro pressionando forte e o Dragão se fechava, em busca de oportunidades de contra-ataque ou erros do adversário.
A pressão do Galo resultou em boas chances. Hulk quase marcou diante do goleiro, pouco antes de um chute de Guilherme Arana de fora da área chegar às mãos de Fernando Miguel. E teve “lei do ex”, aos treze minutos: após cobrança de escanteio fechada de Nacho Fernández pela direita, o ex-zagueiro rubronegro Nathan Silva apareceu na primeira trave e cabeceou forte para o fundo das redes. Hulk arrancou pela direita e deixou Allan na cara do gol, mas o volante furou de forma bisonha e perdeu uma grande chance de ampliar o placar.
O gol deu a sensação que o Atlético-MG poderia melhorar seu desempenho em campo, pois o time da casa teria de abrir e poderia proporcionar contra-ataques ao time mineiro. No entanto, o Galo não soube conduzir a vantagem, ficando disperso na partida e longe do seu melhor futebol, consequentemente dando mais liberdade para o insistente Dragão.
Tchê Tchê saiu jogando errado e Marlon Freitas, de volta aos gramados após ficar três meses fora por lesão, interceptou a bola na pressão no campo de ataque e deu belo passe para Janderson finalizar rasteiro na saída do goleiro e deixar tudo igual: 1 a 1. O empate deu ainda mais ânimo ao Dragão, que postou a defesa um pouco mais adiantada, em busca de roubadas de bola.
A partida ficou mais aberta, com chances para os dois lados. O Galo pressionava mais em busca do gol da vitória, porém sem tanta objetividade. Guga conseguiu um bom cruzamento, mas Nacho chegou atrasado. Dylan tentou da entrada da área, mas por cima do gol.
Com o apoio da torcida, o Dragão cresceu no jogo e conquistou a virada com um jogador improvável que saiu do banco de reservas. Após a zaga afastar cobrança de escanteio, Janderson ficou com a sobra e cruzou rasteiro para o meio até chegar em Oliveira, que dominou com estilo e bateu forte para o fundo do gol, sem chance de defesa para o goleiro.
No finalzinho, o time da casa naturalmente se concentrou mais na marcação, enquanto o Atlético-MG tentou intensificar o ritmo e pressionar no campo de ataque. No entanto, o Galo não conseguiu fazer as infiltrações, nem acertar o último passe, como aconteceu durante todo o jogo e não ameaçou a meta de Fernando Miguel.
O Atlético Mineiro atacava no desespero, de forma desordenada, em um final dramático. Nacho arriscou, mas Fernando Miguel pegou firme. Hulk ganhou um escanteio, mas a zaga cortou. No rebote, o árbitro deu falta em Arana, na entrada da área. Nacho bateu na barreira e, no rebote, ele mesmo chutou para fora. Dylan emendou de fora da área, para fora. No último lance, até Everson tentou cabecear, mas não era mesmo um dia do Galo e o triunfo do rubro-negro foi decretado.
A derrota em Goiânia faz o Atlético-MG perder uma invencibilidade de 18 jogos na Série A. A última derrota do Galo havia sido na sétima rodada, fora de casa, contra o Santos, quando perdeu por 2 a 0.
Para o Dragão, vencer novamente em casa já tinha virado obsessão: em uma campanha marcada pela irregularidade, o time vivia um jejum de dez jogos – sete empates e três derrotas – como mandante. Esta foi a primeira vitória do Atlético-GO em casa desde o dia 23 de junho, na sexta rodada, quando o time rubro-negro bateu o Fluminense pela sexta rodada do Brasileirão.
Com a vitória, o Atlético-GO chega aos 34 pontos, se mantém na 11ª posição na tabela e ganha fôlego na luta contra o rebaixamento. O Dragão volta a campo às 20h da próxima segunda-feira (25) para duelo contra o Grêmio, novamente no estádio Antônio Accioly.
O Cuiabá surpreendeu ao conseguir frear o ataque do Flamengo e empatar o duelo em 0 a 0. Em uma partida onde a defesa ganhou os holofotes, o botucatuense Clayson fez um jogo protocolar, tendo mais destaque na marcação do que nas jogadas ofensivas.
O Flamengo iniciou a partida com ânimo de vencer, já que o Galo perdeu para o Atlético Goianiense. Sendo assim, os primeiros 45 minutos foram de domínio rubro-negro, pressionando a saída de bola do Cuiabá em seu campo de defesa e tentando penetrar na retranca do time de Jorginho.
Até conseguiu quando Michael, livre na pequena área, aproveitou boa troca de passes para bater cruzado e balançar as redes. No entanto, o VAR interferiu e foi assinalado impedimento de Matheuzinho no início do lance, anulando o gol depois de angustiantes quatro minutos de revisão. A dúvida era se o toque do zagueiro Alan Empereur na bola dava condições para o lateral flamenguista, o que anularia a marcação. Matheuzinho não havia tocado na bola, mas o árbitro considerou sua participação no lance de forma passiva.
Apesar do início movimentado, o gol anulado abalou a equipe carioca, cuja intensidade e inspiração decaíram frente a um Cuiabá totalmente fechado e compacto, que segurava bem os avanços do time da casa. Além disso, As seguidas paralisações, o gramado ruim e a boa proteção do Cuiabá na entrada da área também não colaboraram.
O primeiro tempo foi bem monótono e os times pouco criaram oportunidades de gol. O time carioca tentava rodar a bola e encontrar os espaços, enquanto o Dourado assustava o Rubro-Negro nos contra-ataques – especialmente na velocidade de Clayson e Felipe Marques – tornando o jogo abaixo da média.
Aos 30 minutos, uma grande oportunidade do Cuiabá. Em contra-ataque, Pepê escapou pela direita, limpou dois marcadores e lançou Clayson em velocidade. O atacante chegou a entrar na área, mas foi bloqueado por Willian Arão e a bola foi para escanteio. Em outra oportunidade, Camilo e Jeison dividiram no alto com Léo Pereira após cruzamento na área e a bola quase encobriu o goleiro Diego Alves, que se recuperou a tempo e fez a defesa, mandando para escanteio a melhor oportunidade do Dourado.
O susto do Dourado fez o Flamengo retomar seu ímpeto ofensivo, buscando o ataque desde então. Em nova oportunidade, Gabigol acabou chutando para fora. Logo depois, Gabigol cruzou e Andreas não conseguiu alcançar. Michael ainda tentou finalizar, mas pegou mal na bola. Aos 42 minutos, Everton Ribeiro finalizou colocado e exigiu boa defesa do goleiro Walter. A marcação dura do Cuiabá endureceu o jogo para o Flamengo.
O Rubro Negro ainda teve outra oportunidade, já no final do primeiro tempo. Thiago Maia acionou Everton Ribeiro, que lançou para Michael, que tentou resolver sozinho e chutou para fora. Fora isso, o Flamengo não conseguiu ser muito efetivo, mas também não correu perigo, e as duas equipes foram para o intervalo com o 0 a 0 no placar.
A segunda etapa foi nos moldes da primeira: um Flamengo engessado, sem muita criatividade ofensiva e ameaçando pouco, enquanto o Cuiabá se trancou ainda mais no seu ferrolho e deu a bola para o Rubro-Negro, deixando claro que o empate era um ótimo resultado fora de casa. O time de Clayson só perdeu um jogo como visitante neste Brasileirão, na segunda rodada, contra o Fluminense.
Na volta para o segundo tempo, o técnico Jorginho promoveu algumas mudanças no Dourado, entre elas a entrada do atacante Elton, que inclusive já atuou no Flamengo no passado. A tática de se postar bem defensivamente foi mantida, com o Rubro-Negro mantendo a posse de bola desde os primeiros minutos.
Na reta final, é perceptível um Flamengo quase todo no ataque, construindo jogadas e tentando marcar gols, mas sem conseguir penetrar na defesa de um Cuiabá apenas preocupado em se defender. Ainda assim, Walter precisou trabalhar mais do que na primeira etapa para frear as investidas dos mandantes.

Duas oportunidades seguidas que o time do Flamengo consegue aos dezenove minutos do segundo tempo e são desperdiçadas: primeiro, Gabriel recebe um cruzamento de Filipe Luís mas não consegue marcar, e minutos depois Michael cabeceia sem perigo com assistência de Gabi. O goleiro Walter permaneceu sendo pouco exigido, sendo sua maior intervenção aos 33, cortando cruzamento vindo de Willian Arão.
Michael, inclusive, foi o responsável pelas principais jogadas da partida: em uma, ele tentou o chute cruzado com força e mandou perto do gol e, na outra, serviu Gabigol, que foi travado por Alan Empereur na hora do chute. Aos 34 minutos, Kenedy tabelou com Arão e bateu cruzado, mas Walter evitou o gol. O Flamengo tentou pressionar de tudo que era jeito nos minutos finais, atacando na base dos lançamentos.
Em seguida, Michael fez outra boa jogada, limpando a marcação no lado esquerdo e finalizando por cima do gol. Pouco depois, Michael foi lançado e bateu rasteiro para mais uma defesa do goleiro do Cuiabá.
Mesmo sendo o jogador mais incisivo do Flamengo, Michael acabou saindo para a entrada de Gustavo Henrique, visando fortalecer o jogo aéreo da equipe carioca. O Flamengo passou a atacar na base do “abafa” e sem tanta organização. Renato fez três substituições para tentar furar o bloqueio da equipe de Jorginho, mas nada funcionava.
Aos 46 minutos, o VAR revisou mais um lance do Flamengo, desta vez para analisar um suposto pênalti do lateral Yuri em Vitinho. Após a revisão, o árbitro mandou o jogo seguir novamente. Nada de gols para Flamengo e Cuiabá.
Bem compacto e fechado, o Cuiabá conseguiu manter a estratégia até o fim e deixou o Rio de Janeiro com um ponto na mala, tendo sucesso em frear um adversário com maior posse de bola e também as melhores chances na partida, mas que não conseguiu impor sua pressão ofensiva dos últimos jogos.
Inegavelmente limitado, o Cuiabá estava disposto a tudo para não ser vazado contra o time que mais marcou gols no Brasil em 2021 e teve êxito em sua estratégia, apostando em uma postura reativa – vulgo “retranca pesada” – e uma defesa segura e intensa, insistindo nos raros contra-ataques.
Mérito do Cuiabá que se defendeu com eficiência, abdicando de atacar durante praticamente os 90 minutos e sem deixar espaços; e demérito do Flamengo, que sentiu falta dos lesionados Arrascaeta e Bruno Henrique e não conseguiu converter sua superioridade em gols.
Apesar dos desfalques, o técnico Renato Gaúcho teve alguns retornos importantes: o meia Everton Ribeiro e o atacante Gabigol retornaram da seleção brasileira após a disputa das eliminatórias para a Copa do Mundo e foram titulares, mas pouco produziram no jogo e seu time apresentou pouca consistência ofensiva.
Na mesma rodada em que o Atlético-MG, líder do Brasileiro, foi derrotado, esta era a chance de o Flamengo diminuir a diferença para o Galo para oito pontos. Com dois jogos a menos, a desvantagem seria virtualmente de apenas dois. Mas a bola insistiu em não entrar.
Com o resultado, o Cuiabá se mantém na 9ª colocação, com 35 pontos. O próximo compromisso do time de Clayson no campeonato será às 16h do próximo domingo (24), contra o líder Atlético Mineiro.
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