(Foto: Pe. Thiago Faccini/Regional Sul 1 da CNBB)

Dom Maurício se reúne com o Papa Francisco durante audiência no Vaticano

O arcebispo metropolitano de Botucatu, Dom Maurício Grotto de Camargo, se reuniu com a Sua Santidade o Papa Francisco durante audiência na Biblioteca Vaticana, na manhã desta quinta-feira (29). O evento ainda contou com a participação de outros 24 bispos da região.

Os 25 bispos das três regiões que integram o grupo do Regional Sul 1 relataram ao Papa Francisco a realidade eclesial e social das três arquidioceses e 20 dioceses paulistas que, com seus bispos, cumprem, nesta semana, a agenda da Visita Ad Limina Apostolorum.

A visita se iniciou em clima de oração com a canção “Mãe do Céu Morena”, onde o episcopado paulista rezou pela paz pedindo a intercessão da Senhora da América Latina para que ensine quem tem tudo a partilhar, quem tem pouco a não cansar e que o nosso povo possa caminhar em paz.

Numa manhã de partilha, o Papa Francisco recordou as quatro “proximidades” importantes na vida do bispo: a proximidade com Deus na oração; a proximidade entre os bispos no afeto colegial; a proximidade com os padres, colaboradores do ministério episcopal, e a proximidade com todo o povo de Deus.

No encontro, o Papa Francisco insistiu na experiência sinodal da Igreja em deixar-se conduzir pelo Espírito Santo, demonstrou também sua preocupação para com as guerras existentes no mundo e pediu ao episcopado uma presença pacificadora, intermediando sempre para o fim de qualquer tipo de conflito.

Segundo o arcebispo de Campinas, Dom João Inácio Müller, o Pontífice ressaltou a importância de manter viva nas dioceses as obras de caridade, pois “nosso povo continua a precisar de ajuda, tem fome”. Outro conselho do Papa é olhar para Jesus: “quem não medita sobre Jesus não terá o caminhar de Jesus”. Isto implica acolher todas as pessoas sem discriminação e sem rigidez.

Ainda de acordo com Dom Müller, outro tema tratado foi a missionariedade. Deus é em saída e assim deve ser a Igreja. “Não podemos nos manter numa Igreja quadrada, só com projetos e achar que tudo tem que ser certinho. O Papa disse que não. A Igreja que caminha vê as situações que requerem intervenção, que se pare e se faça o que é necessário fazer”.

Por fim, o Papa abordou a tradição da Igreja: “O tradicionalista desvirtua a tradição, porque a tradição é criativa, é fecunda quando é capaz de iluminar novos caminhos e perspectivas. O tradicionalista, por sua vez, se prende à tradição e deixa de abrir-se ao futuro”, disse Dom Müller.

Como parte da visita, os bispos celebraram uma missa na Basílica São Paulo Fora dos Muros e, após, foram recepcionados pelo embaixador do Brasil junto à Santa Sé, Henrique Sardinha Pinto, na residência da Embaixada.

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