Um grupo de pesquisadores da Unesp de Botucatu e do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) publicou um artigo em que aponta uma nova forma de detectar o Mal de Alzheimer.
A técnica se baseia no uso de dados obtidos com o exame de eletroencefalografia (conhecidos como séries temporais) que, associados com um algoritmo computacional, são capazes de detectar um paciente com a doença. O método utilizado não é invasivo, tem baixo custo, alta resolução temporal e fornece boas informações sobre a dinâmica cerebral do Alzheimer.
“A primeira coisa que eu fiz foi testar se esse algoritmo é capaz de detectar qual paciente tem Alzheimer e qual não tem, e sim, ele é capaz. E ainda mais, eu analisei que o algoritmo é capaz de classificar em qual estágio (inicial, intermediário e avançado) a doença está”, disse Aruane Mello Pineda, primeira autora do projeto, que foi realizado durante seu mestrado.
Esse é o ponto essencial da pesquisa, visto que o Alzheimer não tem cura: quanto antes a doença for detectada, mais cedo o tratamento é aplicado e, assim, torna-se possível impedir o progresso da doença. “Agora nós pretendemos trabalhar isso com a esquizofrenia e a doença de Parkinson”, acrescenta Aruane.
No entanto, muitas vezes o esquecimento natural ocorrido pela idade avançada é confundido com o estágio inicial da doença. Visto isso, o algoritmo foi colocado para mostrar os pacientes do estágio avançado. Agora, estão sendo feitas análises dos pacientes com o estágio leve, para poder validar que o algoritmo é de fato capaz de diferenciar qualquer estágio.
A pesquisa também teve participação de Luiz Eduardo Betting, da Faculdade de Medicina de Botucatu, de Fernando Ramos, do Inpe, e foi coordenada por Andriana Campanharo, professora do Instituto de Biociências de Botucatu.
O artigo pode ser acessado por este link (em inglês).
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