Movimento pede reabertura das escolas em Botucatu

O movimento “Escolas Abertas Botucatu”, formado por mais de cem botucatuenses das mais diversas profissões, está se mobilizando para reivindicar o retorno das aulas presenciais na cidade.

Insatisfeitos com a interrupção das aulas presenciais, os cidadãos inseriram um protesto nos ônibus de Botucatu: “Escolas fechadas afetam todas as crianças, mas não da mesma forma. Não estamos protegendo vidas, estamos matando o futuro! Quando teremos escolas abertas novamente?”, diz o letreiro. O movimento prevê novas manifestações públicas nas próximas semanas.

A iniciativa é um ramo do movimento Escolas Abertas, grupo nascido na cidade de São Paulo e surgiu da indignação de mães, pais, médicos, professores e demais cidadãos com a falta de priorização da educação como atividade essencial para todos.

Cerca de 97 cidades já contam com núcleos do movimento. Em Botucatu, o movimento nasceu em janeiro e conta com quatro coordenadores e cerca de 120 membros. Nas redes sociais, a página da iniciativa no Instagram registra 665 seguidores, e seu abaixo-assinado digital conta com mais de mil assinaturas.

Imagem que percorreu toda Botucatu, através dos ônibus da cidade.

“O que despertou o movimento Escolas Abertas Botucatu foi a indignação de observar que bares, restaurantes, shoppings e casas de festas, por exemplo, permanecem abertos, mas as escolas permanecem fechadas. Nosso objetivo principal é fazer com que a educação seja encarada como atividade essencial. Como dizemos, a escola deve ser a primeira a abrir e a última a fechar”, disse Carolina Gava ao Jornal Audácia.

Carolina indica que existem estudos que comprovam a segurança das aulas presenciais. “Devemos nos pautar no que diz a ciência: as crianças são as que menos pegam covid-19, as que menos adoecem e que menos transmitem, elas não são do grupo de risco. Estudos da ONU e Unicef apontam que as escolas não contribuem para a disseminação do vírus. Nossos pedidos são baseados na ciência, não em ‘achismos’ ou opiniões pessoais”, afirma.

“Estamos caminhando para mais de 400 dias com as escolas fechadas. O Brasil está junto com Angola, Sudão do Sul, Iraque e Índia no grupo de países que não retornou com as atividades escolares presenciais com os protocolos de segurança. É inaceitável, não podemos continuar não priorizando o direito à educação para as crianças e adolescentes que é garantido pela Constituição”, diz Gava.

Segundo Carolina, houve uma reunião do movimento com o prefeito Mário Pardini (PSDB) em fevereiro, pouco antes do prefeito permitir a retomada de atividades presenciais no ensino infantil. “Não defendemos a abertura das escolas a qualquer custo. Devem ser adotados os protocolos de higiene e o distanciamento necessário”, conclui.

Na sessão desta segunda (26) da Câmara Municipal de Botucatu, o vereador Abelardo (Republicanos) apresentou um requerimento direcionado ao prefeito Mário Pardini (PSDB) solicitando a retomada das aulas presenciais em nossa cidade. Confira o texto na íntegra.

Apoie a mídia independente de Botucatu. Apoie o Jornal Audácia através da nossa campanha de financiamento coletivo no Catarse.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *