Há exatos cinco anos, em 17 de julho de 2021, Botucatu entrou no mapa olímpico e foi uma das poucas cidades a receber a Tocha dos Jogos de 2016. Vinda da cidade de Tatuí, a Chama Olímpica foi recebida por cerca de vinte mil pessoas, divididas entre a entrada da cidade, o trajeto percorrido e a Catedral.
Durante a sua passagem em Botucatu, onze pessoas tiveram a honra de empunhar a Tocha, segundo o professor Marcelo Marcolin, então diretor de esportes de Botucatu. Em entrevista ao Jornal Audácia, Marcolin contou que foi encarregado pelo então secretário de esportes, professor Antônio Carlos Pereira, de coordenar a passagem da Tocha Olímpica.
“Foi muito gratificante na época receber a indicação do secretário para a coordenação. Na época, estava com 22 anos de Prefeitura e já tinha organizado vários eventos esportivos, mas sem dúvida esse era o de maior importância e responsabilidade”, disse o professor.
Sua função, segundo ele, era reunir as autoridades locais, forças de segurança, clubes, entidades esportivas e órgãos públicos para a organização do evento. Ele disse também que havia cerca de 500 pessoas envolvidas na organização, sendo a maioria voluntários.
“Achávamos que, por ser no domingo, seria difícil as pessoas irem ver, mas a população foi às ruas e foi uma surpresa para todos nós. Participaram vinte mil pessoas, que se espalharam pelos quarteirões onde a tocha passou. O resultado foi muito positivo, fazendo com que o evento fosse um sucesso”, finaliza.
Além de Marcolin, outros botucatuenses tiveram a oportunidade de participar deste momento único. É o caso do microempresário Edemilton Santana, que há muitos anos colabora com o esporte amador na cidade.
Seu retrospecto nas práticas esportivas, inclusive, foi o que levou Edemilton a um dos eventos mais marcantes da história de Botucatu: foi contando sua história no esporte que o empresário foi escolhido, por meio de um concurso da Coca-Cola que buscava voluntários para carregar a Tocha Olímpica.
“As pessoas pensam que é um evento simples, mas é muito mais complexo do que imaginamos. Só para trazermos este evento, já tivemos o trabalho de muita gente. No dia do revezamento, tivemos outra multidão de pessoas, desde as forças de segurança até os voluntários”, disse Edemilton.
Perguntado sobre a sensação de conduzir a Tocha, ele disse: “Com certeza foi um dos momentos mais felizes da minha vida. Tinha a esperança de estar conduzindo a Chama Olímpica, mas entre esperança e a realização é um enorme passo. Não tenho uma palavra que possa expressar isto, embora tenha a certeza de que para mim foi um prêmio pela forma disciplinada que sempre encarei a prática do esporte”, conclui.
O profissional de educação física José Nelson Rizzo de Castro foi outro condutor da Tocha Olímpica pela cidade de Botucatu. Assim como Edemilton, ele também ganhou esta oportunidade através do concurso da Coca-Cola.
Após contar sua história com projetos sociais voltados para transformar as dificuldades dos jovens em motivação para o esporte, o educador físico foi selecionado para a condução da Tocha Olímpica.
“A sensação [de conduzir a Chama Olímpica] é indescritível! Foram 200 metros de condução e você nem percebe. Ali eu me senti importante, mas passa tão rápido, que você fica em um estado de cegueira, de euforia. Para mim, que vivo no esporte, este foi o auge da minha carreira, foi algo sensacional!”, disse José Nelson ao Jornal Audácia.
“Depois que passa, a ficha cai e você vê a importância do evento. O evento foi muito emocionante, a guarda nacional, toda a instrução, o jeito que as pessoas lhe tratam, o treinamento, tudo ali foram coisas sensacionais”, complementa.
Após conduzir a Tocha Olímpica, José Nelson passou a ser chamado por diversas escolas para palestrar sobre o revezamento, levando histórias de superação e motivação para os jovens.
No total, o itinerário da Chama Olímpica foi um dos momentos mais marcantes para a história de Botucatu e de todo o Brasil: ela passou por 326 cidades, doze mil portadores e percorreu dezesseis mil quilômetros por avião e vinte mil quilômetros por terra.
Neste sábado, a uma semana da abertura dos Jogos Olímpicos de Tóquio, lembremos de quando um pedacinho da Olimpíada passou por Botucatu.
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Parabéns aos editores do jornal Audácia em trazer essa reportagem
Momento único na história do esporte em nossa cidade
Precisa ser sempre lembrada
Parabéns mais uma vez