A rodada 20 do Brasileirão foi de altos e baixos para os botucatuenses em campo. Enquanto Baralhas foi peça fundamental no setor defensivo do Atlético Goianiense frente ao Corinthians, Clayson não fez boa partida pelo Cuiabá e foi expulso contra o Juventude.
O Juventude recebeu o Cuiabá no estádio Alfredo Jaconi, em Caxias do Sul. Os anfitriões até começaram o primeiro tempo melhores, mas encontravam muitas dificuldades para concluir em gol.
A partida começou bem truncada, com as equipes tendo muita marcação e briga pela posse de bola, concentrando as ações pelo meio-campo, mas poucas chances de gol. O time da casa chegou a ter 62% da posse de bola, mas sem conseguir converter essa superioridade em gols.
A primeira chance dos gaúchos saiu aos 26 minutos: após bate-rebate dentro da área, a bola sobrou para Quintero, que testou fraco para a defesa de Walter. Na sequência, o goleiro voltou a aparecer, dessa vez em finalização de Ricardo Bueno da meia-lua.
Do outro lado, os visitantes foram fatais ao descerem para o ataque. Aos 46, Jonathan Cafú partiu livre pela direita e cruzou forte para o meio da área. Na tentativa de afastar, Quintero acabou mandando contra o próprio patrimônio.
Na volta do intervalo, o Juventude acelerou o ritmo de jogo, marcou presença no campo ofensivo e reagiu. Aos 10 minutos, William Matheus tabelou com Sorriso e cruzou na medida para Guilherme Castilho, que bateu bonito para deixar tudo igual. Embalado pelo gol, Castilho teve algumas chances de marcar mais um, mas falhava na pontaria e, quando acertava, esbarrava no goleiro Walter.
Após o empate, a partida começou a ficar mais agitada. O Juve teve duas boas oportunidades, primeiro com Bruninho chamando boa jogada e achando Castilho, que bateu para fora. Depois, Sorriso levou até a linha de fundo, cruzou e novamente o autor do gol juventino apareceu e cabeceou para fora. Enquanto isso, o Cuiabá tentou com Jenison, em lance criado por Jonathan Cafu.
A alegria dos gaúchos, no entanto, durou pouco: aos 22, o Auriverde voltou ao ataque e não perdoou. Após Uendel alçar a bola na área, Rafael Gava ajeitou na medida para Jenison dominar, limpar a marcação e encher a perna canhota para recolocar o Dourado em vantagem.
Mais tarde, Bruninho arriscou chute de fora da área, após bate e rebate, a bola sobrou para Ricardo Bueno, sozinho, mas o atacante isolou.
Nos instantes finais da partida, o Juventude arriscou uma última pressão, mas como vem acontecendo nas últimas partidas, o Cuiabá se fechou até o final para garantir o resultado em mais uma boa atuação de Walter.
Nos acréscimos da partida, Clayson reclamou muito por uma falta marcada para o adversário e recebeu um cartão amarelo. Indignado pela punição, que o tirou da próxima partida frente ao Fluminense, o botucatuense partiu para cima e peitou o árbitro Caio Max Augusto Vieira, recebendo o segundo amarelo e consequentemente expulso do jogo. O atacante precisou ser contido pelos companheiros de time e levado para os vestiários.
Na súmula, o árbitro diz que o atacante foi advertido por “retardar o reinício de jogo segurando a bola e causando um início de conflito com o jogador da equipe adversária”. Em seguida, Clayson “começou a protestar de maneira grosseira com palavras e gestos sendo contido por atleta da sua equipe”, motivando o 2º amarelo e a expulsão.
Depois de receber o cartão vermelho, o atleta foi em direção ao árbitro, que descreveu, também, xingamentos do jogador: “após ser expulso o mesmo venho em minha direção e me atingiu com uma peitada e em seguida proferiu as seguintes palavras: ‘seu filho da p…, vagabundo, eu não fiz nada p….’”.
O treinador Jorginho lamentou a ausência do camisa 10 para a próxima partida. “O Clayson é um jogador de extrema qualidade e é muito ruim quando ficamos sem ele. Consigo entendê-lo, não é fácil se manter tranquilo, tentei acalmá-lo de todas as formas. Nessa hora acho que faltou um jogador nosso dar uma ‘gravata’ nele para segurar e não deixá-lo ficar reclamando. Que bom que ele reconheceu o erro, pediu desculpa para o árbitro, porque foi uma postura que não queremos”, conclui.
Em 2016, quando defendia a Ponte Preta, o atacante agiu de modo semelhante ao reclamar de um pênalti não marcado pelo árbitro Wilton Pereira Sampaio e foi expulso. Na ocasião, ele chegou próximo do árbitro e quase o atingiu com a cabeça, mas não chegou a tocá-lo.
Mesmo com três desfalques por covid-19, o Dourado venceu por 2 a 1 e chegou a quatro partidas de invencibilidade e sonha com uma vaga no G6, que garante vaga para a Copa Libertadores.
Com o resultado, o clube mato-grossense chega aos 27 pontos e pula para o oitavo lugar, apenas dois a menos que o Corinthians, primeiro time dentro do G6. Já o Ju estacionou nos 23, em 14º.
Na próxima rodada, o Ju viaja para enfrentar o Athletico-PR no sábado (18) às 18h45. O Dourado, por sua vez, recebe o Fluminense na segunda (20) às 20h.
Gabriel Baralhas foi um dos jogadores mais importantes no setor defensivo do Atlético Goianiense no empate por 1 a 1 contra o Corinthians. O jogador atuou com bons passes no meio-campo e venceu boa parte das divididas.
As equipes criaram pouco durante os primeiros 45 minutos de jogo e não conseguiram alterar o marcador antes do intervalo. Ainda que desacostumado com o forte calor goiano, o Corinthians foi melhor no primeiro tempo: consistente na defesa, não permitiu nenhuma chance de perigo ao gol de Cássio e ainda chegou algumas vezes à baliza tricolor.
Logo no primeiro minuto de partida, Giuliano roubou a bola no ataque e a bola ficou com Róger Guedes. O camisa 123 avançou e finalizou para o gol, mas a bola desviou e foi para escanteio.
Com isso, era possível supor que a partida seria bem movimentada, mas não foi o que aconteceu. Dali em diante, poucas chances claras surgiram para tirar o zero do placar. O primeiro tempo foi marcado por um meio campo congestionado, com muita marcação das duas equipes.
E neste cenário que Gabriel Baralhas teve maior destaque: o volante botucatuense foi muito importante na forte marcação imposta à saída de bola do Corinthians, que tentava se desvencilhar da pressão com boa troca de passes.
Aos 21 minutos, Fagner recebeu pela direita e arriscou para a ótima defesa do goleiro do Atlético-GO, jogando para escanteio. Em outra boa chegada do Alvinegro, Roger Guedes quase marcou de cabeça.
Substituto de última hora de Willian, que teve sua estreia barrada por determinação da Anvisa, a “cria do terrão” Gabriel Pereira era a principal peça ofensiva do Timão. Aos 35 minutos, seu cruzamento chegou até Gustavo Mosquito, que desperdiçou na hora de finalizar.
Durante os acréscimos, o Corinthians teve sua melhor chance até o momento: Fagner cruzou para a área e Róger Guedes cabeceou com perigo na segunda trave, mas a bola foi para fora.
O time da casa teve bastante liberdade para trocar passes, aproveitando o enorme espaço que tinha para trabalhar a bola no campo de ataque, mas teve muita dificuldade para finalizar e pouco levou perigo para Cássio.
Na volta para o segundo tempo, o Timão, que já não tinha Gil, Luan, Renato Augusto e Jô, além de Willian, perdeu também Fagner e Roni por lesão.
O segundo tempo começou da mesma maneira do que o primeiro tempo, com o goleiro Cássio pouco trabalhando e o Corinthians buscando o ataque utilizando a velocidade de Gabriel Pereira e Gustavo Mosquito.
Novamente participativo nos inícios, aos quatro minutos Giuliano cobrou falta na área, mas o cabeceio passou perto da trave direita. Logo em seguida, Du Queiroz fez boa jogada dentro da área, mas a bola foi desviada para escanteio após a finalização. Ainda assim, mesmo tendo maior posse de bola, o Corinthians não assustava a defesa do Dragão.
A pressão do Timão nos minutos iniciais deu resultado. Aos 14 minutos, o próprio Gabriel Pereira aproveitou a oportunidade e fez bela jogada individual, driblando a marcação e colocando o Timão na frente com um chute no contrapé do goleiro Fernando Miguel.
Atrás no placar, o time goiano aproveitou a retranca da defesa corintiana e se lançou mais ao ataque. Logo na sequência, em bate-rebate na área, o Dragão quase chegou ao empate. Aos 24 minutos, Cássio trabalhou pela primeira vez no jogo ao impedir que Natanael empatasse o placar.
A partir dali, o time da casa chegava com facilidade, tendo vantagem na posse de bola e adotando uma postura bastante ofensiva, enquanto o Alvinegro buscava se defender e sair em contra-ataques. No entanto, a pouca criatividade da equipe goiana e a falta de qualidade nas finalizações facilitou a vida da defesa corintiana.
Em uma falha de Raul, Cássio e João Victor salvaram o alvinegro em cima da risca do gol. Porém, a atitude defensiva e até “retranqueira” do Corinthians seria castigada no lance seguinte, após muitas tentativas do time de Eduardo Barroca de levantar a bola na área.
Aos 43, um toque de mão de Marquinhos deu oportunidade do Dragão colocar a bola na área. A cobrança de falta de Natanael encontrou Zé Roberto, que cabeceou para deixar tudo igual no Antônio Accioly.
O lance foi muito discutido pelo time alvinegro, mas a arbitragem entendeu que o atacante Brian Montenegro não participou da jogada e, após revisão do VAR, confirmou o gol. Nos acréscimos, Montenegro aproveitou cruzamento e subiu mais do que a zaga para cabecear, mas Cássio fez um milagre e salvou o Corinthians da derrota fora de casa.
Mais uma vez, o Dragão provou ser uma das maiores pedras no sapato do Corinthians nas últimas temporadas. A última vitória corintiana sobre o Atlético-GO aconteceu em maio de 2017. De lá para cá foram quatro empates e três vitórias para a equipe de Goiânia.
Com o empate, o Dragão segue na décima colocação, com 26 pontos, enquanto o Timão tem 29 e ocupa a sexta posição. O clube de Baralhas visitará o São Paulo no Morumbi neste domingo (19), às 16 horas. Já o Corinthians volta a campo no domingo (19), às 18h15, quando receberá o América Mineiro em casa.
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