(Imagem: Mateus Conte/Jornal Audácia)

“Agosto Lilás: mês de conscientização contra a violência doméstica”, por Isabel Conte

Ao misturar as cores azul e vermelho, temos como resultado a tonalidade lilás; culturalmente associada à magia, espiritualidade ou intuição, a coloração também representa a luta das mulheres por direitos iguais.

Esta cor tem como principal objetivo conscientizar sobre as formas de combate à violência contra a mulher e levar as informações necessárias sobre a Lei Maria da Penha, que completa 15 anos neste mês.

Criada em decorrência da repercussão de um caso de agressão contra a mulher, a Lei Maria da Penha foi elaborada para fortalecer a luta das mulheres contra a violência e melhorar a assistência às vítimas.

A campanha Agosto Lilás, por sua vez, discute a violência contra a mulher a partir das problemáticas da saúde e da qualidade de vida, visto que estes são elementos sociais, econômicos, políticos e culturais que precisam ser debatidos de maneira ampla e permanente.

O Brasil ocupa o 5º lugar entre os países mais violentos do mundo nas estatísticas de violência doméstica contra mulheres: dados do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) apontam que o número chega a quase um milhão – sendo dez mil casos de feminicídio – enquanto a Organização das Nações Unidas revela que três a cada cinco mulheres sofrem algum tipo de violência em seus relacionamentos.

O machismo estrutural é apontado como o principal obstáculo a ser vencido para a igualdade de gênero, dado que ele dificulta a percepção de quais práticas são abusivas à medida em que estas atitudes opressivas são banalizadas na nossa sociedade.

Diante disso, é real a necessidade de debater o tema publicamente para auxiliar mulheres que passam por este tipo de situação. É necessária a criação de uma nova cultura, uma nova realidade que estabeleça a igualdade de tratamento e de poder entre homens e mulheres.

Esta igualdade também requer a adoção de políticas públicas eficazes para a transformação social, que possam prevenir e combater de forma eficaz todas as formas de discriminação contra a mulher – seja ela física, sexual ou psicológica – que historicamente tem vitimado as mulheres.

É imperioso o compromisso com a promoção do respeito à diversidade, da cultura da paz e dos direitos humanos, além da discussão e da problematização sobre as violências de gênero.

Entendo que a única forma de mudar o futuro é levar conhecimento sobre o que é violência doméstica. Os maiores desafios são a sensibilização para identificar a violência, a criação de redes de apoio e o fortalecimento das políticas públicas, desde o atendimento de vítimas nas delegacias até o serviço de saúde, por exemplo.

Precisamos nos esforçar para mudar essa realidade, é uma responsabilidade de todos e todas. Violência contra a mulher é crime! Não se cale, denuncie!

Canais de denúncia em Botucatu
Delegacia de Defesa da Mulher – 3814-2636
Guarda Civil Municipal e Patrulha Maria da Penha – 199
Polícia Militar – 190
Centro de Referência da Mulher – 3811-1580
Central de Atendimento à Mulher – 180

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