Vencida a etapa do leilão das frequências de operação do 5G no país, a expectativa é de que as capitais dos estados sejam as primeiras a terem a tecnologia em operação. Será apenas o primeiro passo de uma corrida pela implantação da quinta geração da internet móvel Brasil afora e que deve levar cobertura para todo o país até meados de 2029.
O leilão, realizado pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), envolveu valor total de R$ 47,2 bilhões – serão R$ 4,8 bilhões em arrecadação para os cofres públicos, quase R$ 40 bilhões em investimentos futuros nas áreas arrematadas e mais R$ 2,6 bilhões em obrigações adicionais, a serem investidos pelas operadoras para fazer o sinal chegar a regiões ainda desconectadas.
O país terá quatro operadoras com outorga nacional. Às gigantes Claro, TIM e Vivo, conhecidas do brasileiro, se soma a novata Winity, relacionada ao fundo Pátria Investimentos.
No caso das outorgas regionais, a divisão do país também inclui as grandes teles, mas terá no jogo duas empresas de menor porte já atuantes no setor – Algar Telecom e Sercomtel – e mais quatro entrantes, como são chamadas companhias que vão ingressar no segmento com o fornecimento do 5G: Brisanet, Cloud2U, Consórcio 5G Sul (formado por Copel Telecom e Unifique) e Neko.
Na cidade de Botucatu, sete operadoras estão aptas ao oferecimento de seus serviços de 5G, sendo elas a Algar Telecom, a Claro, a Neko, a Sercomtel, a TIM, a VIVO e a Winity.
O que muda?
Foram leiloadas faixas de operação em quatro frequências de operação: 700 megahertz (MHz), 2,3 gigahertz (GHz), 3,5 GHz e 26 GHz, que terão prazo de autorização de uso por até vinte anos. Junto com a licença para a utilização de cada espectro, as vencedoras do leilão receberam também compromissos atrelados à concessão. As obrigações são as seguintes:
- Faixa 700 MHz: conectividade em rodovias federais e em localidades sem 4G.
- Faixa de 3,5 GHz: instalação de infraestrutura de fibra ótica e estações Rádio Base (ERBs) que permitam oferta de internet e telefonia móvel em padrão tecnológico igual ou superior ao 5G em localidades indicadas; ressarcir soluções de interferência e migração da televisão aberta e gratuita transmitida na Banda C (parabólica) para a banda Ku; implantação do Programa Amazônia Integrada e Sustentável (PAIS) e da Rede Privativa de Comunicação da Administração Pública Federal.
- Faixa de 2,3 GHz: levar cobertura para 95% da área urbana de municípios sem 4G.
- Faixa de 26 GHz: executar projetos de conectividade de escolas públicas de educação básica, para os quais estão previstos R$ 3,1 bilhões.
A chegada do 5G ao país carrega expectativa de aumento na produtividade, redução de custos e surgimento de novos modelos de negócios com capacidade de alavancar o PIB brasileiros em US$ 1,2 trilhão até o ano de 2035.
Com mais velocidade e baixo tempo de resposta, a nova tecnologia deve permitir aplicações inovadoras especialmente no setor produtivo, estimulando, assim, crescimento econômico a partir do acesso amplo às soluções atingidas pelas redes móveis, que passarão a garantir mais conectividade de dispositivos.
De acordo com o estudo da consultoria Omdia para a Nokia, os principais setores a serem beneficiados pelo 5G no Brasil são tecnologia da informação, governo, manufatura, serviços, varejo, agricultura e mineração.
com informações da Gazeta do Povo