Em entrevista ao podcast botucatuense PevCast, o ex-prefeito João Cury comentou a polarização política que vivemos no Brasil atualmente. Segundo ele, “devemos valorizar o que nos une, não o que nos distancia”.
Na entrevista, o ex-tucano contou como foi realizada a comunicação de sua primeira campanha à prefeitura de Botucatu, em 2008, sem atacar o governo anterior. “Botucatu, antes da gente entrar na prefeitura, não vivia um mau momento, e a gente falava muito disso. (…) A gente não falava ‘está ruim, está tudo ruim e nós vamos entrar para consertar’, nada disso, a gente só falava o seguinte: ‘olha, a gente acha que pode ser melhor, que pode ser diferente, que pode ser desse jeito’. Então nunca foi uma campanha de atacar, de agredir (…) Isso tinha uma certa honestidade de princípios, de reconhecer que quem veio antes de nós, bem ou mal, muito ou pouco, também tinha dado sua contribuição”.
Ainda sobre a construção coletiva de uma cidade, Cury disse: “Botucatu é uma cidade próspera, que vive um bom momento, que tem vivido bons momentos, e as pessoas me perguntam quais são os motivos. Falo que um dos motivos é porque a gente teve uma certa tranquilidade nas gestões, um dos motivos diz respeito à gestão pública. (…) São vários prefeitos, de vários partidos, mas todos com um certo nível de responsabilidade muito importante para manter a cidade num trilho de crescimento e desenvolvimento. (…) Não é uma pessoa ou um governo, são vários governos que vão colocando ali uma pedrinha bem colocada, uma boa política pública, que somadas vão se acumulando e a cidade vai crescendo com qualidade. Eu reputo isso hoje, mais maduro, a essas gestões que nós tivemos aqui de todos os partidos, seja do meu pai [Jamil Cury], do Joel [Spadaro], do [Mário] Ielo, do Pedro [Losi], a nossa agora do [Mário] Pardini. São gestões responsáveis, não teve nenhum louco. Cada um com a sua característica, com a sua forma de pensar e enxergar, mas todos deram a sua contribuição”.
Cury ainda relembrou a aliança realizada entre seu partido na ocasião, o PSDB, com o PC do B, do então vice-prefeito Dr. Caldas. “É na possibilidade de divergir que a gente cresce. Quando a gente se uniu ao PC do B, que todo mundo falava ‘isso é um absurdo, não vai ter como dar certo, não tem como dar certo’, de fato nós tínhamos diferenças, mas a gente sentava à mesa para dizer o seguinte: ‘vamos tentar valorizar o que nos une, não o que nos distancia’”.
Por fim, o ex-prefeito comentou a polarização política no país. “O que acho que falta hoje no Brasil é disposição para buscar aquilo que nos aproxima, porque muitas vezes o que nos distancia já está colocado, o que a gente discorda um do outro já está colocado. Então acho que está muito polarizado, que gera ao mesmo tempo intolerância, o que é muito triste. (…) Às vezes você vê irmão que não conversa mais com o irmão, familiares que não conversam com o familiar ou o grupo da família que está rachado. A gente tem que pelo menos avançar enquanto civilização, não é possível que a gente vá voltar na época da barbárie, ou seja, quem não está comigo corta o pescoço. Não dá para ser assim”, concluiu Cury.
Confira a entrevista completa abaixo ou por este link.
Apoie a mídia independente de Botucatu. Apoie o Jornal Audácia através da nossa campanha de financiamento coletivo no Catarse.
One Reply to “João Cury comenta polarização política: “Vamos valorizar o que nos une””